sexta-feira, 24 de junho de 2016

Mais respeito e consideração ao Mestre Coxinho, por favor.

Lei que determina execução de “Urrou do Boi” de Coxinho é desrespeitada nos Arraiais

Coxinho
Em vigor há 25 anos, a Lei nº 5.299 determina a execução em qualquer evento cultural e artístico em qualquer parte do território maranhense da Toada “Urrou do Boi”, de autoria de Bartolomeu dos Santos, o saudoso mestre Coxinho.
A toada é oficializada como o Hino Cultural e Folclórico do Maranhão e apesar de ter sido criada em 1991 é desrespeitada nos Arraiais do Maranhão.
Infelizmente nem mesmo nos espaços oficiais promovidos pelo Governo do Maranhão e Prefeitura de São Luís, que aliás prestam homenagem a outros grandes mestres da nossa cultura, dando os nomes de Humberto de Maracanã ao Arraial da Vila Palmeira, Donato Alves ao Arraial do Ipem e Mestre Marcelino ao Arraial da Praia Grande, nota-se que a lei é esquecida, não custava nada tocar a música do Coxinho na abertura das festanças. Nada mesmo.
Se formos pensar bem nem precisaria de uma lei, bastaria a sensibilidade de conhecer um pouco da história de vida de Bartolomeu dos Santos e reconhecer a sua importância para a nossa cultura popular.
Em 03 de abril de 1991, o eterno amo do Boi de Pindaré  nos deixou. Nos seus últimos anos de vida, Coxinho passou por momentos muito difíceis, chegou a pedir esmolas para sustentar seus 9 filhos, morreu na pobreza e abandono.
Em sua memória e pela importância, mais que uma lei, Coxinho merecia um verdadeiro espaço cultural em sua homenagem, um museu fixo que resgatasse toda sua rica história.
Salve o eterno Coxinho!
Segue trecho da letra de “Urrou do Boi”
‘Lá vem meu boi urrando,
subindo o vaquejador,
deu um urro na porteira,
meu vaqueiro se espantou,
o gado da fazenda
com isso se levantou.
Urrou, urrou, urrou, urrou
meu novilho brasileiro
que a natureza criou
Boa noite meu povo
Que vieram aqui me ver
Com essa brincadeira
Trazendo grande prazer
Salve grandes e pequenos
Este é meu dever
Saí pra cantar boi bonito pro povo ver
São João mandou
Que é pra mim fazer
Que é de minha obrigação
Eu amostrar meu saber
Urrou, urrou, urrou, urrou
meu novilho brasileiro
que a natureza criou
Viva Jesus de Nazaré
E a Virgem da Conceição
Viva o Boi de pindaré
Com todo seu batalhão
São Pedro e São Marçal
E meu senhor São João
Viva as armadas de guerra
Viva o chefe da nação
Viva a estrela do dia
São Cosme e São Damião
Urrou, urrou, urrou, urrou
meu novilho brasileiro
que a natureza criou’



Fonte da matéria Um mero olhar crítico sobre o mundo

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