quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Tegram é motivo de especulações no setor de negócios e logística

Data precisa de início das atividades do Terminal de Grãos do Maranhão é mantida em sigilo pelas empresas integrantes do Consórcio Tegram.

 
Foto: Divulgação/Squadra
Vista do canteiro de obras do Tegram
 
Prestes a dar início às atividades, o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), projeto em implantação no Porto do Itaqui, em São Luís, é constantemente mote do noticiário nacional. Os informes vão desde negócios gerados, as empresas que disputam a gestão do terminal até a data precisa do início de operações (ainda uma incógnita). Atualmente, a receita do empreendimento gira em torno de R$ 1 bilhão.
Segundo notícia do site Porto S.A., de ontem, O Tegram deve entrar em atividade em 2015 e a previsão é que, em um prazo de quase 10 anos, o porto consiga aumentar a capacidade atual de exportações de grãos em seis vezes, transformando o Maranhão no maior exportador de grãos do Norte e Nordeste e o terceiro maior do Brasil.
Entretanto, para O Estado, em fins de julho, o executivo Luiz Claudio Santos, diretor de Logística da CGG Trading, uma das integrantes do consórcio que forma o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), deu detalhes do andamento das obras e da expectativa de início de operação, prevista para o fim de setembro, com a abertura do primeiro dos quatro armazéns.
Dos quatro armazéns, três estão com obras adiantadas e, segundo Santos, a estimativa é inaugurar cada armazém em intervalos de cerca de 30 dias, na perspectiva de que até fevereiro de 2015 todo o complexo graneleiro esteja em plena operação.
Lembrando que serão quatro armazéns graneleiros com capacidade estática cada um de 125 mil toneladas, perfazendo um total de 500 mil toneladas.
De acordo com o executivo, no intervalo de fins de setembro até fevereiro de 2015, os armazéns do Tegram funcionarão em esquema de pool, com todas as empresas operando (dividindo) na mesma estrutura.
Luiz Santos ressaltou que o consórcio Tegram, formado pelas empresas NovaAgri, Glencore, CGG Trading, Louis Dreyfus e Amaggi, é considerado referência em gestão compartilhada.
Para ele, o novo terminal vai suprir a demanda de produtores de grãos dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia (Matopiba) e do nordeste do Mato Grosso.

Negócios – Outra constante no noticiário sobre o Tegram é a geração de negócios. De acordo com o jornal Valor Econômico e o site Portos e Navios, a NovaAgri, uma das empresas que integram o consórcio, será posta à venda e, devido ao terminal, o valor dos ativos, incluindo a sua participação no terminal, chega a
R$ 1 bilhão.
De acordo com o Valor, o fundo Pátria colocou à venda a NovaAgri, empresa de logística adquirida em 2010 e entre os ativos estão o terminal portuário, oito armazéns (distribuídos por Bahia, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão) e duas unidades de transbordo de grãos ao longo do Ferrovia Norte-Sul (FNS), que dará acesso direto ao Tegram. A intenção do Pátria é que a venda seja finalizada até outubro.
Conforme o noticiário, a primeira rodada de negociações atraiu a atenção de grandes nomes do agronegócio, mas o alto preço e o retorno previsto, considerado baixo, afugentaram interessados. A disputa afunilou para a Agrex do Brasil (controlada pela Mitsubishi) e a americana Bunge, que têm atuado de forma mais agressiva nas últimas semanas, embora a CHS (maior cooperativa dos EUA e já detentora de 25% da subsidiária da NovaAgri para o Tegram) permaneça na briga. Há, ainda, indicações de que a própria VLI, o braço logístico da Vale que opera um berço público ao lado do Tegram, estuda a aquisição, ainda que com menor apetite que as tradings.
Desde a aquisição pelo Pátria, há quatro anos, a Nova Agri saltou de uma capacidade estática de
100 mil toneladas de grãos por ano para mais de 600 mil toneladas, graças à construção do terminal no Tegram e às unidades de transbordo de carga.
Segundo o Valor, nas negociações entram também dúvidas sobre a real oferta de grãos na área de influência de Itaqui. Quando começar a operar este ano, o Tegram deverá suprir a demanda de produtores de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia e do nordeste de Mato Grosso.

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O investimento total do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) é de aproximadamente R$ 1 bilhão, segundo informou o diretor de Logística da CGG Trading, Luiz Claudio Santos. Serão R$ 600 milhões na construção dos silos no Porto de Itaqui, R$ 300 milhões que as consorciadas deverão investir em infraestrutura logística nas regiões produtoras do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia (Matopiba) e o restante serão armazéns e transbordos que possibilitarão o Tegram a movimentar os volumes previstos.

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