quarta-feira, 15 de agosto de 2012

França e São Luís em exposição


França e São Luís em exposição no Palácio Cristo Rei

Exposição França Equinocial Para Sempre será aberta hoje, às 19h; na ocasião será lançado livro sobre o período histórico.
Carla Melo
Do Alternativo
 
Os registros de franceses em terras maranhenses e o sonho de fundar a França Equinocial são os elementos motivadores do projeto França Equinocial Para Sempre. Composto por uma exposição, um livro e um álbum, o projeto tem a coordenação do turismólogo e historiador Antonio Noberto e será aberto hoje, às 19h, no Palácio Cristo Rei (Centro), em evento para convidados. A exposição fica aberta ao público até 14 de setembro e pode ser visitada, gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h30.
Hoje à noite, o turismólogo, além de participar do vernissage da mostra, lançará o livro e o álbum que contém parte do acervo exposto. Com o título França Equinocial, uma história de 400 anos em textos, imagens, transcrições e comentários, o livro traz textos dos pesquisadores Ana Luiza Almeida Ferro, José Claudio Santana, Wilson Pires Ferro, Vasco Mariz e do francês Lucien Provençal, além de Antonio Norberto.
Os trabalhos em cartaz na mostra são quadros, imagens de personalidades, mapas, réplicas de documentos, textos, objetos e outras informações sobre o empreendimento francês que deu início ao Brasil setentrional, ao Maranhão e a sua capital, São Luís. “Pela primeira vez os interessados terão em um mesmo lugar um acervo que reúne a história da França Equinocial, um dos mais belos capítulos do Brasil colonial. E este lugar não poderia ser outro senão o Maranhão, guardião do legado francês na parte norte do Brasil”, destaca Antonio Norberto, proprietário do acervo exposto e coordenador da mostra.
Norberto explica que o acervo é resultado de 15 anos de pesquisas sobre a França Equinocial e destaca alguns documentos, raros, expostos. Leis Fundamentais decretadas na Ilha do Maranhão, que, segundo o pesquisador, trata-se do primeiro conjunto de leis das Américas; Carta da regente Maria de Médicis a La Ravardière, documento no qual a rainha ordenava ao desbravador que no Maranhão se pregasse apenas a religião católica; Interrogatório dos prisioneiros franceses da Batalha de Guaxenduba; e Cartas trocadas entre La Ravadière, Jerônimo de Albuquerque e Alexandre de Moura”, entre outras transcrições.
Mapas - Entre os mapas, destaque para o desenho do primeiro registro do Maranhão, que foi feito pelos portugueses, a partir de desenhos elaborados pelos franceses. “Ao perder a Batalha de Guaxenduba, La Ravardière passou os desenhos e os portugueses preservaram os aspectos topônimos dos franceses”, diz Norberto. Além deste, estão expostos o mapa Saint-Louis capitale de La France Equinoxiale – 1615, reconstituição da capital da França Equinocial, todo em francês; mapa do Poitou; de Saint-Malo; mapa mundi da época; mapa das descobertas; de Paris em 1575. Também estará disponível vários banners e plotagens de dois e três metros, além de objetos, como uma réplica de arma de fogo do século XVII.
Serão expostas imagens de personalidades protagonistas do evento francês no Maranhão, como o quadro de François de Razilly, tenente-general, primo do futuro cardeal de Richelieu, que deu nome ao Forte (São Luís); Nicolas de Harlay, Senhor de Sancy, conselheiro do rei e que custeou um terço da expedição ao Maranhão; Cardeal de Joyeuse, que batizou Luís XIII e coroou Maria de Médicis, doou o dinheiro para a construção em pedra do primeiro convento capuchinho do Brasil, onde hoje se acha o atual convento Santo Antonio, na capital maranhense; Luís XIII, rei de França, entre outros.
Para ele a exposição é uma oportunidade que maranhenses e visitantes têm de conhecer melhor a história da fundação da cidade. “Nunca, nestes 400 anos de São Luís, houve uma reunião, em um mesmo lugar físico, de textos, imagens, transcrições e objetos que abordassem de forma positiva e propositiva a França Equinocial”.
Pesquisador – Antonio Norberto é também escritor, consultor em turismo, palestrante, membro do conselho diretor da Aliança Francesa de São Luís e sócio-efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Nasceu em Pentecoste (CE), em 30 de agosto de 1970 e, aos 7 anos, veio com a família para São Luís. Publicou seu primeiro livro, A influência francesa em São Luís, em 1994. Em 2006, lançou Só por uma estação: uma viagem ao Brasil.

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