França e São Luís em exposição no Palácio Cristo Rei
Exposição França Equinocial Para Sempre será aberta hoje,
às 19h; na ocasião será lançado livro sobre o período histórico.
Carla Melo
Do Alternativo
Do Alternativo
Os registros de franceses em terras maranhenses e o sonho de
fundar a França Equinocial são os elementos motivadores do projeto França
Equinocial Para Sempre. Composto por uma exposição, um livro e um álbum, o
projeto tem a coordenação do turismólogo e historiador Antonio Noberto e será
aberto hoje, às 19h, no Palácio Cristo Rei (Centro), em evento para convidados.
A exposição fica aberta ao público até 14 de setembro e pode ser visitada,
gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h30.
Hoje à noite, o turismólogo, além de participar do vernissage da
mostra, lançará o livro e o álbum que contém parte do acervo exposto. Com o
título França Equinocial, uma história de 400 anos em textos, imagens,
transcrições e comentários, o livro traz textos dos pesquisadores Ana Luiza
Almeida Ferro, José Claudio Santana, Wilson Pires Ferro, Vasco Mariz e do
francês Lucien Provençal, além de Antonio Norberto.
Os trabalhos em cartaz na mostra são quadros, imagens de
personalidades, mapas, réplicas de documentos, textos, objetos e outras
informações sobre o empreendimento francês que deu início ao Brasil
setentrional, ao Maranhão e a sua capital, São Luís. “Pela primeira vez os
interessados terão em um mesmo lugar um acervo que reúne a história da França
Equinocial, um dos mais belos capítulos do Brasil colonial. E este lugar não
poderia ser outro senão o Maranhão, guardião do legado francês na parte norte do
Brasil”, destaca Antonio Norberto, proprietário do acervo exposto e coordenador
da mostra.
Norberto explica que o acervo é resultado de 15 anos de
pesquisas sobre a França Equinocial e destaca alguns documentos, raros,
expostos. Leis Fundamentais decretadas na Ilha do Maranhão, que, segundo o
pesquisador, trata-se do primeiro conjunto de leis das Américas; Carta da
regente Maria de Médicis a La Ravardière, documento no qual a rainha ordenava ao
desbravador que no Maranhão se pregasse apenas a religião católica;
Interrogatório dos prisioneiros franceses da Batalha de Guaxenduba; e Cartas
trocadas entre La Ravadière, Jerônimo de Albuquerque e Alexandre de Moura”,
entre outras transcrições.
Mapas - Entre os mapas, destaque para o desenho do primeiro
registro do Maranhão, que foi feito pelos portugueses, a partir de desenhos
elaborados pelos franceses. “Ao perder a Batalha de Guaxenduba, La Ravardière
passou os desenhos e os portugueses preservaram os aspectos topônimos dos
franceses”, diz Norberto. Além deste, estão expostos o mapa Saint-Louis capitale
de La France Equinoxiale – 1615, reconstituição da capital da França Equinocial,
todo em francês; mapa do Poitou; de Saint-Malo; mapa mundi da época; mapa das
descobertas; de Paris em 1575. Também estará disponível vários banners e
plotagens de dois e três metros, além de objetos, como uma réplica de arma de
fogo do século XVII.
Serão expostas imagens de personalidades protagonistas do evento
francês no Maranhão, como o quadro de François de Razilly, tenente-general,
primo do futuro cardeal de Richelieu, que deu nome ao Forte (São Luís); Nicolas
de Harlay, Senhor de Sancy, conselheiro do rei e que custeou um terço da
expedição ao Maranhão; Cardeal de Joyeuse, que batizou Luís XIII e coroou Maria
de Médicis, doou o dinheiro para a construção em pedra do primeiro convento
capuchinho do Brasil, onde hoje se acha o atual convento Santo Antonio, na
capital maranhense; Luís XIII, rei de França, entre outros.
Para ele a exposição é uma oportunidade que maranhenses e
visitantes têm de conhecer melhor a história da fundação da cidade. “Nunca,
nestes 400 anos de São Luís, houve uma reunião, em um mesmo lugar físico, de
textos, imagens, transcrições e objetos que abordassem de forma positiva e
propositiva a França Equinocial”.
Pesquisador – Antonio Norberto é também escritor, consultor em
turismo, palestrante, membro do conselho diretor da Aliança Francesa de São Luís
e sócio-efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Nasceu em
Pentecoste (CE), em 30 de agosto de 1970 e, aos 7 anos, veio com a família para
São Luís. Publicou seu primeiro livro, A influência francesa em São Luís, em
1994. Em 2006, lançou Só por uma estação: uma viagem ao Brasil.
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