domingo, 12 de dezembro de 2010

Calcário marinho vai ser explorado no Maranhão

Calcário Marinho (Lithothamnium)


O calcário marinho (Lithothamnium) já pode ser extraído no litoral do Maranhão. A primeira portaria de lavra para extração desse tipo de minério, abundante na costa maranhense, foi publicada no dia 3 deste mês, no Diário Oficial da União, pela Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia. A outorga foi concedida à empresa Dragamar Tecnologia Submarina, de São Paulo, para extração no município de Tutóia.

A publicação da portaria de lavra, pelo Ministério das Minas e Energia, é fruto de um intenso trabalho realizado pela Superintendência do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no Maranhão. Há meses o órgão vinha analisando rigorosamente todos os processos de empresas mineradoras que haviam solicitado a exploração desse tipo de minério no estado.

“O DNPM fez um estudo muito criterioso de todas as solicitações, inclusive com o auxílio de um grupo de técnicos de vários estados, com o objetivo de garantir a máxima segurança no processo de análise do processo que resultou na publicação da portaria”, esclareceu o superintendente regional do DNPM no Maranhão, Jomar Feitosa.
Seminário - Uma das ações do DNPM foi a realização de um workshop em Brasília, em junho de 2009, com o objetivo de mostrar as potencialidades do litoral maranhense na produção de calcário marinho. O seminário reuniu representantes do Ibama, Marinha, Ministério das Minas e Energia, empresas que atuam no ramo da pesquisa e mineração aquática, além de técnicos e fiscais do órgão.

O superintendente do DNPM no Maranhão também manteve reuniões com o então ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e com o presidente do Senado Federal, senador José Sarney (PMDB), para mostrar a importância do litoral do Maranhão como um dos maiores produtores de calcário marinho em todo o planeta.
Calcário é uma riqueza maranhense

O litoral do Maranhão tem as maiores reservas de calcário marinho do Brasil, com um potencial mínimo de extração sustentável anual da ordem de 3 milhões de toneladas. Segundo o superintendente regional do DNPM no Maranhão, Jomar Feitosa, o calcário depositado na plataforma continental maranhense é considerado superior ao que é explorado em terra firme. Apesar da vasta produção, o Brasil ainda importa o mineral, usado em fertilizantes agrícolas, implantes ósseos, indústrias cosmética e dietética e nutrição animal.

Nas últimas décadas, houve 150 pedidos para lavra subaquática de calcário no Brasil, mas, até o momento, só um direito de lavra havia sido autorizado, no Espírito Santo. Com a recente portaria de lavra, o Maranhão passa a ser o segundo estado.

As três maiores reservas calcárias do litoral maranhense são os bancos de Tutóia, de Santana e o de Noroeste. São altamente explotáveis devido à grande quantidade de algas que lá se encontram sedimentadas por mais de 10 mil anos. “As reservas de calcário são as únicas que se renovam anualmente em uma extensão gigantesca. As pessoas não têm idéia da riqueza existente no litoral maranhense”, declarou Jomar Feitosa.

O grande produtor de calcário marinho durante muitos anos foi a França, mas, ao longo do tempo, as reservas subaquáticas daquele país foram perdendo a potencialidade.
Empresas maranhenses têm apoio para expansão.
Sinc e Fiema se unem para dar capacitação, certificação e incentivar inovação por meio de programa para fornecedores

Empresas maranhenses receberão maior apoio para fornecer para grandes empreendimentos em instalação ou expansão no estado. A determinação é da Secretaria de Indústria e Comércio (Sinc) e da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema). Capacitação, certificação, incentivo para inovação e interiorização das ações estão entre as prioridades do Programa Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), que foi reformatado para 2011.
A partir do ano que vem, o PDF passa a funcionar com novidades, a fim de beneficiar o empresário local. Na quinta-feira passada, foi instituído o Conselho Gestor, formado por um representante da Fiema, outro da Sinc e por três empresas das sete mantenedoras do Programa (Alumar, Vale, Cemar, Renosa, Ceste, MPX e Ambev). Na data, foram eleitas, Alumar, Vale e MPX como integrantes do Conselho.

Outra novidade é a implantação de um Fórum de Avaliação semestral formado por entidades empresariais e sindicatos industriais. Além disso, o PDF, que era coordenado exclusivamente pela Sinc, passa a ter uma gestão compartilhada entre Sinc e Federação das Indústrias. O objetivo é aproximar cada vez mais o programa das demandas e anseios da empresas locais e sua participação como fornecedoras de bens e serviços.

“A principal preocupação do Governo do Estado e da Federação é de que o Maranhão, suas empresas e população sejam de fato beneficiadas com a instalação de novos empreendimentos industriais”, destaca o presidente da Fiema, Edílson Baldez.

“Temos a convicção de que as mudanças darão ainda maior velocidade e êxito às ações diante desse esforço histórico que vem sendo feito em favor das fornecedoras”, destacou o gerente de recursos da Alumar, Luiz Burgardt.

Fornecedores - Para o coordenador de Relações Institucionais da Vale, Carlos Jorge, um dos pontos fundamentais com a mudança é trazer o PDF para a Fiema. “É uma felicidade para nós que o programa venha para dentro da nossa Casa, que é Casa da Indústria, onde se tem o conhecimento das demandas e das necessidades do setor”, frisou.

Ainda para o representante da Vale, a interiorização das ações de capacitação do programa é outra mudança que beneficia o setor. “Temos operações em 21 municípios. Seria interessante poder contratar serviços diretos nesses locais, inclusive para serviços básicos como manutenção de infraestrutura, capinagem e integridade da ferrovia”, disse.

Já a partir de janeiro de 2011 serão iniciadas as novas turmas do Programa de Certificação de Empresas (Procem) em São Luís e Imperatriz. O Procem continuará a ser executado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

“Nosso propósito agora é executar o Procem nos municípios onde estão sendo instalados os grandes investimentos e atuar para que as empresas locais sejam qualificadas nessas regiões”, frisou o Superintendente do IEL, Marco Moura.

Mais

O Programa Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) tem hoje 688 empresas cadastradas nos segmentos de fabricação e montagem (70), construção civil (82), engenharia de projetos (42), serviços em geral(251) e comércio (243). O programa atua com capacitação empresarial, qualificação dos trabalhadores e certificação de empresas fornecedoras, promoção e divulgação das entidades de classe e dos fornecedores locais, visitas e consultorias técnicas.

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